terça-feira, agosto 08, 2006

Carta de mais um exagerado


Não, não há outro motivo pelo qual escrevo

Ninguém nasceu, ninguém morreu

A doença ainda não acometeu nenhum dos membros

dessa família e as crianças ainda estão feito loucas correndo pela casa...

E antes que me perguntes, ainda não consertei a fechadura do portãozinho de entrada

Aquele paletó ainda está sem botão também, eu sei, eu não tomo jeito, tu sempre dizes e provavelmente estás pensando agora...

Sei que isso não é assunto pra agora já que temos muitas contas a pagar

Tenha um pouco mais de paciência e tudo se resolve, não sou eu que estou dizendo?

Mas é que tu dominaste e continuarás a dominar

As reentrâncias cavernosas de meu ser

Tu és o grito ecoando solitário entre as fendas vazias de mim

Um tipo felino mesmo sabe? Se vira tão bem no escuro!

É que não sei dizer essas coisas, mas se eu fosse chuva tu serias os trovões

Se eu fosse terra, então serias as sementes das flores...as flores...

Perpetuas teu domínio com espetáculo em cada cantinho do meu pensar

Reinas absolutamente

Soberanamente te estendes em cada detalhe

Penso que o ato a mim não mais pertence

E nessa ausência, estou conjugando contigo, no tempo, o forte verbo

E mostrando no espaço, que se burlam limites sim

Até o horizonte, que lá se encontrem!

Ao inferno todos eles que nos impedem de fluir!!!

meu amor me entenda...

tu és toda minha tentação

a que faço questão de não resistir,

a todas as outras me aplico religiosamente ás leis da fé

o impossível, esse já não me interessa...então não reclame

vamos ficar juntos, como deve ser não é?

Com o exagero daqueles que se permitem

Peço licença a eternidade

Preciso viver esses instantes

Com a assinatura dos loucos, amor

Lavro mais essa

E com a redundante pieguice de todo amante

Até mais ver,

EU, o próprio amor....


2 comentários:

Ivan de Aragão disse...

Meu preferido...

Anônimo disse...

Gostei muito!
adorei o final.
é... ultimamente ando aprovando tudo! hehehe
parabénzis quélia!
beijin
;o)