terça-feira, maio 22, 2007

poeminha bobinho


Verdes pomares de doces frutos
tão verdinhos de inocência e esperança
madurinhos em sonhos de criança!
quem dera eu fosse um beija-flor no meio deles
e vez por outra afeiçoar-me a alguma margarida predileta
dar bom dia a abelhas amigas
brincar de roda com os girassóis a tarde
e depois matar a sede na piscina providencial de alguma bromélia,
quem me dera!
ser habitante feliz dessa cidade sagrada
entre fadas e codornizes assinalar com as asas
para o mundo ou a quem queira
que o dedo de Deus ainda escreve obras-primas pelos homens ainda intocadas
mas isso é besteira!
queria mesmo era esquecer que nessa vida
me vi nascer gente, somente para sofrer...
se eu fosse um beija-flor
assumiria o formato de sonho
escreveria de realidade o que hoje para mim é ilusão
quem me dera ter bico e não língua ferina,
quem me dera ter asas e não pés,
quem me dera ser amiga das flores,
ser amante delas
conhecer o íntimo de paraíso tão delicado...
ah, se meu céu fosse de pétalas
e não esse infinito azul de melancolia
eu seria um beija-flor poeta
e anunciaria ao mundo somente minha alegria!