sexta-feira, outubro 19, 2007

plenifortúnio



Plena plaina serena
inquietando os mortais
jaz
eu com ela a pulsar
no mar
na terra
no ar
lá está
la está ela
estalar
lar
vem, saudamos tua chegada
sê plena
majestosa no espaço
sê infinita
no finito desconhecido espaço de mim
pulsa marfim...
expulsa e descarrega meu ego sombrio
vem a mim
vem a nós
raia maya!
e jorra prata cintilante
aos tristes olhos navegantes
enche o céu e enche o mar
elemento criterioso divinal
asa do infinito azul
testemunha imortal
engravida o sonho do poeta mais um pouquinho
deixa-o beber dessa iluminância fragosa
deixa-o tocar esse anil singular...espelho de mar...
essa mistura difusa
nesse ínterim onde sou inteiro
vírgula do uno espacial
onde habitas
com início, meio e sem fim...

terça-feira, outubro 09, 2007

uma poesia só para você

Se escrever poesia para o que já é poesia aos meus olhos
não for redundância
peço licença à sorte
e me aventuro pelas escadarias do destino como se fossem palavras, só agora
no ensejo de fazer eternizar a sensação
tal como se eternizam todas as horas em que você está frente a mim
com gestos recatados, únicos
assombrosos aos meus olhos, únicos
gestos estrofes, gestos sofás
e só fica você
e meu olhar nesses momentos raros é de música...
me diga como calar uma música?
é como dizer eu te amo ao contrário?
é regar as flores de um jardim com café?
e dar calmante aos moribundos cansados?
é não beber a água de um sentimento que se precipita em cascata
num coração sujo e cansado
e mesmo assim morrer afogado...
uma poesia pra você que fosse só sua
e fosse minha também,seria
um abraço de cem horas
e esse abraço está em mim
como uma constante representatividade
que se fosse concreta sem ser poesia
seria uma casa
mas se não, seria uma canção,seria tudo meu que me envolve
e que envolve outro pronome
é muita beleza, tanta que dispensa rima
esse conjunto de palavras
e tem o aroma que me vira do avesso,seu
tem a expectativa eterna que eu não quero abandonar
mesmo quando choro não sabendo expressar nada
...eu me abandono e corro até você
porque é por você que meus pensamentos descem do céu
sem perder a sensação de estar nas estrelas
um compartilhar imenso guardado numa simples caixinha de confetes
que me faz confessar que tenho saudade do infinito onde morávamos,
me faz gostar dessa possibilidade
sinto falta do abrigo que você não pode ser
e quando olho pra dentro de mim e vejo poesia
é porque você mora aqui
e suspeito que o que bate em meu peito não é mais um coração,
e sim o seu nome.