domingo, julho 30, 2006

Eu, peregrina


Há na cabeça do peregrino

A mistura do imortal com o passageiro

Efeito colateral de quem passa, de quem fica passando,

De quem passa ficando

Vislumbre de permanência que incendeia os olhos

Na mistificada cabeça de quem pensa e passa

Estar na eterna iminência do que virá

Deixar pra trás tempos de alegria

Trocar essas alegrias por outras que hão de vir

Faz do olhar peregrino um pouco de tristeza

Que se entrega a tudo e nada recebe em troca

No êxtase de pequeninos instantes

Do peregrino a lembrança qual colcha de retalhos...

Um coração repartidinho

Onde cada um tem seu pedacinho

Faz do gostar peregrino gesto de generosidade

Faz do peito peregrino campo de batalha

Do destino comandante

De quem vê, de quem passa

E por com quem fica não pode estar jamais

Casa-se então o peregrino com seu caminho

A beleza peregrina

É maldição a quem lhe atrai

Soubesse de quem do peregrino gosta

Sua sorte

Os olhos se fechariam a beira da estrada

Pra não ver passar sua felicidade a dar adeus

O peregrino sempre segue sozinho

Se volta a quem o amou

Já não encontra...

Se vai, se vai sempre

O peregrino com seu olhar, seu peito

Sua beleza...sua colcha de retalhos...

2 comentários:

Anônimo disse...

Bah...

...chorei.

Anônimo disse...

Dpois d ler conclui
Acho q sou um pouco peregrina
bjao