terça-feira, maio 12, 2009

escala em si

Neste universo onde tudo orbita
Orbito também eu
O mundo gira em torno da libertação
Os homens, das mulheres
As mulheres fazem tudo girar
Dizem que é amor
Dizem que é sexo
Uns não conseguem separar
E eu que fui inteira
vejo tudo flutuando
No mesmo bocado de infinito
Não sou nem isso, nem aquilo
Não estou cá nem acolá
Meu corpo é satélite de dor
Não sei brincar de ser brinquedo
Ando nos degraus das escalas cósmicas oitavadas
A propagar meu abandono
À procura de um astro-rei
Que não me renegue o trono
Que me faça inteira de novo
E que estenda o tapete vermelho do tempo
sob meus pés desnudos
Que eu caminhe por ele
espremendo a latitude e a longitude
entre meus dedos solitários
Derramando ouro e sangue
no carnaval da terra.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei esse quélia!