quarta-feira, novembro 19, 2008

Nanã



Eu carrego em meu peito
A amargura de ter peitos
E trago no corpo a sina e a seiva
Que alimentam as células dos covardes homens
se as células são felizes é porque vivem
Na beleza e na sutileza da não amargura de não terem sexo
Já eu me derramo em leite branco
Nas paredes ácidas, nos corpos densos do universo masculino
Não tenho anseios maternais
Tampouco hei de me sufocar em volúpia e culpa
Bendito o ser que vive agora
Bendita a espécie que não se perpetua
Nos vagões do tempo perdido na memória

3 comentários:

Camila Sousa de Almeida disse...

a feiúra em bonitas palavras...


:(

:)

Anônimo disse...

hum...

Anônimo disse...

esse "hum..." foi meu, quélia!