terça-feira, junho 03, 2008

canto de uma pomba gira


Isso é tão gostoso que dói
Dor e prazer desbravam-se
Feito peixe e água
Angústia que nada no lago do afeto
Laguna dor
Toda dor rima com morte
Todo prazer rima com sorte
Sorte e morte na cartilha de um sentimento
Eu tenho azar no jogo
E não tenho amor nem sorte...
Eles dizem eu te amo
Depois do gozo
Depois da morte
Eu só bendigo o silêncio
E só escuto o tic tac do relógio
Para renascer em caixinha de souvenir
Alhures e desaparecer feito nuvem em dia de calor,
basta emitir som de promessa, sem pressa
Como o trago do cigarro que não fumei ontem.
E hoje sem a mínima dedicação
Levanto, tinjo meu cabelo
Dou glória a Deus
E esqueço.
A solidão desceu pela escada
Sujando as paredes de tédio
Mas eu pintei as unhas de vermelho pra celebrar
Não, não te amo mais
ontem te amei pra sempre
Hoje me dou o direito de negar
Não vou colocar o coração no aquário
Meu coração é estado livre de peixe livre nadando livre no horizonte infindo do medo
A iminência da cascata e do precipício não abalam minha chegada
Porque estou sempre partindo, indo e indo nunca vindo
Portanto eu não vou chegar aqui
E não vou ligar pra você
Eu já esqueci seu número
Eu não quero e não vou chegar...
Eu sou dama de vermelho carmim
Estou sempre partindo
Mentindo,
Fingindo...
Eu bebo conhaque azedo no fim da tarde
Estou sempre sozinha
Mas não dou bom dia à solidão.

2 comentários:

Camila Sousa de Almeida disse...

eu tbm (impressionada).


vc é boua mermo!

;*

Anônimo disse...

Nossa!

eu nao gostei dele,

mas ao mesmo tempo me deixou sem folego!

:* quélia