Um velório
eis a cena
uma sala escura,
um final de tarde de uma quinta-feira
dura como a madeira de seus móveis
e um velório solitário
eis a viúva rugosa velando um cadáver
que ainda ousa cuspir as últimas faíscas do ódio que o matou
ei-la a embalar a morte com uma ansiedade
apenas vista e sentida no terror das horas noturnas
quando crê-se haver algum intrujão na casa austera da dor
ah, a angústia de quem sabe que passará o resto de suas horas a sete palmos
a ansiedade de quem morreu é coisa para se pensar
sim, as almas derrotadas, declinadas
penadas, eu diria, podem ser claustrofóbicas
quando soube dessa doença
recebi minha sentença
estou cá agora a velar meu próprio corpo
um cadáver embalado, solitário e...ansioso...
3 comentários:
¬¬
Andam derramando Byronismo em sua vida... e não olhem pra mim. Não fui eu. hehe
temos imagens novas, vertentes diferentes nesse texto? ivan com certeza é culpa sua kkkk
bjo kel
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