De onde vem essas nuvens róseas brancas azuladas
E o conforto azul que a manhã levanta?
De onde vem essa certeza carmim, que explodiu em mim, quando abatidos, meus olhos encontraram alento de memória?
Poeira branca se movendo no espaço guardado, irredutível entre um e outro piscar, nada me tira de ti... Pois eu me lembro.
Para longe sei que foste um dia
Restou a ausência de tuas cores netunianas, impressas nas linhas de minha magnitude
Mas já não somos os mesmos
Meus olhar prefere não lançar lágrimas ao vento
Aguça-se a acidez do desconforto que é não estar em ti, não estar vivendo em ti
Assentir que outros façam o que me era habitual, abrindo os braços a receber-te, agita-me a irreverência incólume.
Rasgados fomos um do outro, palmo a palmo.Dedo a dedo.
Mas o que ficou ainda suspira como vento
Que dói em nossas pernas,
em nossa última presença em nós mesmas