segunda-feira, abril 28, 2008


Anoitece
na cidade a cadência das respirações, à luz velada
escurece
enquanto a noite tece no ar
as vibrações musicais do cosmos
todos cosmonautas se ajoelham ante as janelas
em prece
de longe ouve-se o sussurrar das estrelas longínquas
abençoando seus filhos caídos de infelicidade pela cadeia terrestre
para mim de órion um arcanjo verde canta
luz, catavento, som
meus ouvidos comem o zum zum zum
cintilar, circular
ar espiral no horizonte que me enleva ao que lá acontece...
eis que na terra anoitece, contou o anjo da luz solar
anoitece o ar...
anoitecem as emoções que marte feriu
anoitece medo,desespero, abismo...
enquanto

em algum lugar no planeta que sou eu,
junto com a cadência das respirações dos corpos celestes
um ser, exclusivo e incauto, inacabado e avultado
amanhece...

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