O dia estava escuro quando a estrela do norte resolveu ventar na solidão
De seu desejo, fez-se ar
foi do mais alto ponto no céu e desceu
Até o ponto mais fundo do oceano...
Porque sabia que somente da união desses pontos eqüidistantes
Conseguiria se transformar naquela que não era nem do céu nem tampouco era do mar
Um alguém que poderia ir sempre além,
de natureza que transcende linha do horizonte...
Moça de vestido vermelho longo, feito rio de sangue, vida
Tecido cravejado de flor amarela de brisa matutina
Flauta doce musicada por arcanjo no raiar do dia...
Poder de adormecer desespero pétreo
Que solidifica grito de medo em silêncio existencial.
Ela nasceu e foi bem vinda
Nasceu e abraçou a vida com a simplicidade de uma menina que abraça o travesseiro ao dormir
Num daqueles dias em que a lua vem mimar o mar, eu a vi
Os cabelos ao vento , livres
Lembrando sempre o espírito da verdade que é
Gera sorriso e liberdade onde passa e quando passou por mim...
Liberdade calada, clareada, azulada, estrelada
Que somente Aquela que nasceu livre possui..
A liberdade desenhada naquele dorso quente e macio congelou meu sorriso
Numa constante dança de ventre livre que dança e balança junto as ondas do mar...