segunda-feira, dezembro 10, 2007


no fantasma das coisas que me deste
eis a minha resignação
ei-la no contraste da tua ira com minha calma
e naqueles breves instantes que não sabes o que dizes
e por puro despeito não te calas,
onde os insultos dão vazão à palavra irrefletida, contrariando real intento por malícia...
me resigno na arte reticente do olhar
em assombro e meditação silenciosa, como faz a natureza após terrível vendaval
onde cessa o furor dos incompreendidos renasce a flor da esperança
em solo ainda quente e mais que fértil
como um peito rasgado e sangue a mostra,
um rio que corre em vasto leito, fertilizando puras expectativas de um porvir singelo
velando sentimentos que se esvaem no rufar de um coração maltratado, que merece paz e sabe disso...
resignar-se é saber que a vitória consiste em ganhar terreno em si mesmo
em possuir a si mesmo e achar-se pleno, é entender a indivisível centelha de vida que há entre um esquecimento e um amanhecer, admirando o belo nas entranhas de uma ruptura...
é compreender que a dor é quem pare a vida
e o choro é quem anuncia que o futuro ainda não morreu.

23/08/2007




2 comentários:

Anônimo disse...

comentei qué

;*

Ivan de Aragão disse...

Prever o futuro é sempre um saco.
Mas rende belas palavras ;)