sexta-feira, novembro 09, 2007

rastro...


Para que não se diga que não amei
Eis as marcas no corpo
Eis a mácula de não ter pecado
Ainda que desejado
Para que não se diga que não havia em vão tentado
Estendo o tapete vermelho gasto
E um rastro deixando-lhe o nome
Outrora soletrado em areia de mar
Meus pés incansáveis se foram
e voltaram sem afagos.
Meus pés cansaram e se perderam nas ondas...
Para que finjas que não finges
Abrilhanto teu sorriso com a verdade do meu sorriso
Com a mentira do meu silêncio, alimento tua indiferença
Entre tantas outras indiferenças
Que levo guardadas na manga
Pego-te de surpresa com verborragias em erupção
Tragos de solidão em teu morno ouvido!
Na simetria de tua amplitude cinestésica
Não calculo nem mesmo meus passos
Tropeço nos exageros
e dou de cara com tua sensatez malvada
Para que não se diga por aí que não penso
Que não sei, que não perscruto
Relato aqui um fracassado plano de conquista
Com ares de quem veio, viu e venceu.


Setembro de 2006

Um comentário:

Anônimo disse...

Ela sabe escrever o que se sente...