Macio, suave e plácido vem aos poucos
No tom da música simbólica do momento
Invade vibrante
Percorre tenaz
Cobra rastejante em meu corpo flamejante
E os poros se abrem quais ouvidos
Ouvidoria de penas delirantes
Arrepio sufocante
Cotovia ondulante
À deriva lá se vai o desejo migrante
Mas o mar é morto
Amar é maré
Maremoto de ansiedades idealizadas
Onde os corpos caem...
No enredo das delicias, sílabas e entrelinhas
Decifradas, entrelaçam dor e coisa
Mãos que seguram...
Pés que pisam...
Cores que versam...
Cabeças se erguem estupefatas
Quando as palavras silenciam
Nos lábios arquejantes
É o amor dilacerante